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QUEM É NIETCHÊ

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Nietchê é lá da Sanga Funda, nos arredores de Pelotas (RS), que fica ao sul do mundo. NieTchê tem um lado encardido no socialismo que ele pegou junto com o sarampo e a caxumba.  Todas as três moléstias ressurgem a cada estação eleitoral, devido a elementos sem noção se mexendo na beira do precipício.  Tão logo se livra delas, fica disponível para novas contaminações.  Como o original, na Alemanha, ele tem uma irmã BolzoNazista no Brasil e no Paraguai.  Nietchê estudou pouco num internato agrícola, que fora também abrigo de menores de idade e problemas para maiores sem juízo.  Mas aprendeu muito numa comunidade formada em torno de um presídio, logo ao lado.  Sem muita instrução formal, fora dos barrancos da vida, saiu de lá com a forte convicção que Os Lusíadas era uma padaria dos pais portugueses do João Manta. Havia três lupanares de pau-a-pique ao lado do internato. Liderada por um mestiço de irlandês com índia, lá, nesse lugar anárquico e infeliz, Nietchê se sentia em casa. Decorrên

A santa eclética do Gasparotto

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Com Luiz Lanzetta “Para onde voou a pomba?” Brasília fora conhecida como o ajuntamento humano mais ecumênico do Brasil, num passado não muito distante.   Quando havia a prática política normal por aqui, o fenômeno era constatável em todos os restaurantes, logo após o terçar das armas verbais nos grandes palcos do Congresso. O congraçamento informal entre os litigantes, fingidos ou não, era constatável por cantos e recantos das suas asas e lagos. Mas houve um lugar ainda mais especial, o restaurante Stella Grill, no Setor Comercial Sul, do gaúcho Celso Kaufman, que tinha ao fundo um mesão coletivo, ao estilo Última Ceia, dos retratos medievais de cenas bíblicas. Quem chegava, pegava o seu lugar sem apresentar carteirinha de sócio ou citar cargos e amizades. Sobre quem costumava ir  –  sempre na hora do almoço  –  é difícil. É mais fácil saber quem nunca. Era o mais descontraído pedaço da antiga área comercial da Capital. Uma esquina eclética, como a cidade assim chamada, situada ao lado

A síndrome do embalsamador

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O amor possessivo dos jornalistas por suas fontes. Por Luiz Lanzetta O meu artigo anterior,  A Vingança da Província , sobre a centenária decadência econômica e política do extremo sul do País, provocou aplausos, críticas, reparações e, em particular, a vontade de seguir escrevendo sobre o tema. Bem feito para vocês! A minha memória, para justificar eventuais simpatias conscientes ou não, que me atribuíram ao governador do RS, Eduardo Leite, puxou uma antiga tese de mestrado (que não conclui por não a ter começado), na UnB, sobre as relações fisiológicas entre jornalistas de Brasília e as suas fontes. Demasiadamente visíveis para serem refutadas. De resultados fartamente lamentados pelos leitores todos os dias. Achei que defendia, com minha indisciplinada ironia e baixo humor trocadilhista, a tese do oportunismo descarado a favor da cidade de Pelotas, que é a nossa “amante argentina”, por quem perdemos a cabeça, o dinheiro, os cavalos e as vergonhas. Tipo isso: já que nos últim

A Vingança da Província

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Prédio da antiga secretaria de Finanças, aguardando restauração. Foto da Prefeitura de Pelotas. Com Luiz Lanzetta  Voltei de Pelotas (RS) há pouco. Há uns 20 dias mais ou menos. É uma cidade que está em decadência econômica há um século. Não é a mais profunda mas é uma das mais longas e persistentes da história do Brasil. A cidade tem marcos históricos culturais e econômicos. Foi um centro logístico e financeiro dos farroupilhas que lutaram durante 10 anos contra todos, mas principalmente contra os monarquistas de Porto Alegre e Rio Grande, o único porto do Estado. O jornalista e historiador José Antônio Severo, de Caçapava do Sul, segunda capital dos Farrapos, que fez a desfeita de nos deixar outro dia, dizia que a guerra havia sido um conflito entre as elites de Pelotas e Porto Alegre. O separatismo geral foi apenas uma distorção da ótica dos que preferem transubstanciar a história em folclore, ou vice-versa. O charque deu a cidade uma uma pioneira industrialização e o Porto Rio-gran

“É uma m…, mas é nosso!”

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O título é a frase síntese de quem recebia o Bolsa Família desde 2004 Por Luiz Lanzetta Todos os tons da direita política e jornalística sempre lutaram para terminar com o programa Bolsa Família, na lei ou na marra, desde que ele foi lançado em 2004, em substituição ao fracassado Fome Zero e sua incrível marca visual, com três sigmas negativos, um recorde na publicidade internacional. Sempre foi difícil atacá-lo, rasgá-lo, pular em cima e jogá-lo no lixo da marquetagem irresponsável, pois era uma criatura de Duda Mendonça, a Lina Riefenstahl daquele momento.  Mas o agressivo e inconsequente símbolo gráfico tinha a benção do presidente Lula, portanto, canonizada, abençoada e incontestável. Um prato vazio, talheres inúteis, as palavras fome e zero. A falta de esperança trajando verde e amarelo. Uma exaltação à falta de nutrição geral, sem margem para “mas veja bem…” Como diria o gaúcho, é duro nadar de poncho e correr de guarda sol. A fome foi vencida, apesar da publicidade “a favor”. Pa